sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O Cão coragem




Depois de ler "Marley e Eu" eu percebi uma coisa: nunca tive um relacionamento tão íntimo com um cachorro. E eu sempre tive bichos em casa, desde a minha infância e aqui em Brasília eu comprei a Bibi.
Quando falo de relacionamento íntimo é em relação a rolar no chão com cachorro, deixar ele lamber a cara, dormir com ele. Eu sou muito neurótica com limpeza e nunca tive cachorro dentro de casa, só agora com a Bibi, que mora dentro do apartamento. E ela está sempre no pet shop tomando banho, mesmo assim tem dias em que cheira a pano sujo e tem hálito de bacalhau podre ou de cesto de lixo cheio.
Acho que foi essa neurose que nunca me aproximou tanto dos meus animais, salvo a gata Mimi que me acordava todos os dias e ronronava na minha barriga.
A minha primeira cachorra foi a Lady, um filhote de vira-latas que achamos num terreno baldio com o resto da ninhada, alguém abandonou os cachorrinhos lá. Ela foi minha companheira por muitos anos, até eu casar e sair da casa do meu pai. Eu fiquei com um filho dela o Plug, que era grande e fanfarrão, tenho uma foto dele já grande, bem maior do que ela, mamando na mãe. Ele foi atropelado com 1 ano e meio.
Depois de casada, também num apartamento, eu ouvi, do 11o. andar, um gatinho chorando. Não resisti e desci para pegá-lo. Dei comida e devolvi para a rua. A noite toda ouvimos o gatinho chorando e acabamos ficando com ele. Era a Mimi, a gata mais amada do planeta. Mas como gato não gosta de criança eu tentava mantê-la afastada das meninas, que gostavam de torturar os animais, não por maldade, mas por falta de jeito para lidar com eles, afinal, elas eram muito pequenas eu tinha medo de acidentes com a gata (arranhões). Ela ficou comigo por algum tempo, depois mudamos para uma casa, ela saía a noite e durante o dia dormia no meu colo, estava sempre comigo. Todo dia me acordava cedo, quando chegava da rua e não sossegava enquanto eu não abria a porta do quarto. Ela foi envenenada por vizinhos malvados.


Depois veio a Vitória, uma dálmata trazida de surpresa pelo Ronaldo. No começo me aborreci, a gente viajava muito, ela ia dar muito trabalho (era a minha neurose voltando). Mas eu me adaptei, gostei, brincava bastante com a Vicky, que ficava no quintal. Ela chamava a atenção de todos, pois veio na época do filme 101 Dálmatas. Da sua primeira cria ficamos com o Napoleão, grande, trapalhão, carinhos e uma fera quando se trata de proteger os seus donos. O Napô eu vi nascer, cuidei dele quando caiu da laje, quando perdeu a unha do pé, briguei quando comeu minhas plantas (e ele comeu todas, junto com os irmãos, só ficou a hortelã), quando comia lixo com fraldas cheias de coco, absorventes, etc. eu comprava ração importada e leite de vacas francesas e eles comiam lixo. Eles ficaram com a minha mãe em Santo André.
A Bibi eu comprei na floricultura, num domingo ensolarado, eu só ia comprar alguns vasos de flores e voltei com a Bibi e um saco de ração. Ela é salsicha, tipo da Cofap (Dashund).


A Bibi mora dentro de casa, mas ela é uma cachorra pacata, acho que é da raça. Considerando o meu jeito de ser, acho que ia enlouquecer se tivesse um cão como o Marley. Mas eu me apaixonei por ele e pelo relacionamento que tinha com o seu dono.
A Bibi é cachorra de madame, de ficar dormindo o dia todo, latir quando alguém chega (ela sempre late para todos, como se fossem ladrões ou bandidos ameaçadores, mesmo para nós, todos os dias quando entramos em casa).
Ela é chorona, parece uma mendiga ao pé da mesa pedindo comida durante as nossas refeições (e eu sempre dou, ao contrário do que dizem os livros de psicologia canina), se enfia debaixo das cobertas ou das almofadas do sofá como se estivesse no Canadá, a uma temperatura de menos dez graus. Ela parece o Cão Coragem, tem medo de tudo (ela chega a tremer de medo) e as vezes dá uma de alucinada e ataca as pessoas na rua, sem o menor motivo, pensando que os seus 20 centímetros de altura pertencem a um Pit Bull treinado para matar.
Mas ela me olha com um olhar desesperador, como se fosse a criatura mais carente do planeta e assim consegue ganhar muitos momentos de sono no meu colo ou ao meu lado no sofá. Ela sempre sabe quando fez algo errado, se escondendo debaixo da poltrona e dá saltos dignos de uma medalha olímpica tentando alcançar a pia para roubar comida, sempre em vão, sua estatura anã não permite.
Mas ela não costuma roer as coisas, só quando era filhote, nem fazer muita bagunça. Gosta de brincar de atacar, correndo atrás das pessoas e fingindo que morde (é, realmente em outra encarnação ela foi um Pit Bull). É namoradeira, mas sinto dizer: - Bibi, se depender de mim você vai morrer virgem!

3 comentários:

Quinto disse...

a bibi é o bicho mais chato que vc já teve!!!!
não da pra gostar dela..
ainda prefiro o napoleão!!

Acqualuz disse...

Amo os meus cães! São seis latindo o dia todo, por qualquer motivo!
Um coral ensurdecedor quando veem um urubu no poste, um gato no muro,
Mas, é compensador! São leais e amorosos, mesmo quando ralhamos por suas traquinagens.Fazem parte da minha vida! Deus estava inspirado quando nos concedeu os animais por nossos companheiros!

Camila Q. disse...

ahhh, que liiinda... eu gosto muito da bibi, sinto muita saudade dela.
já da vicky e do napo não muitas pois eu sempre estou ao lado deles... eles são umas graças, e o napo é um covardão também!!...
eu lembro dos gatinhos que a mimi teve, que a gente puxavam o rabinho deles, e jogava pra ver eles escorregando. huahauhuahua....
mas quanto aos cachorrinhos da vicky, eu cuidei bastante, até fui responsável pela segunda cria dela... =)